quarta-feira, 19 de março de 2014

O estado de humor de um ser

Antes de tudo, boa noite gente! Sinto que nesses últimos dias estou escrevendo pouco, mas não como das últimas vezes, quando meus trabalhos me tomaram todo o tempo, o que fez por muitas e muitas vezes eu deixar um vazio aqui neste Blog que passavam de semana sem escrever uma linha sequer. Desta feita é apenas a falta de vontade para escrever. E explico.

Ofensa moral é algo assim meio difícil de se compreender. Eu mesmo que trabalho com isso quase que diariamente já percebo isso como algo que bem natural. Ah, o cidadão teve seu nome negativado, dano moral! Ah, o cidadão teve um empréstimo feito de forma fraudulenta em seus rendimentos, dano moral! Teve sua energia cortada com tudo pago, dano moral! E é mais ou menos assim que funciona. Mas meu entendimento vai um pouco além disso. Penso que isso ai que acabo de falar trata-se apenas do que se convencionou, o que todos habitualmente chamam de dano moral. Em verdade penso diferente. Isso nada mais é que uma espécie de multa por alguém ter descumprido alguma convenção ou acordo exitente no 'contrato social', e não falo daquele conceituado por Rousseau.

Funciona assim, você paga em dia a fatura da concessionária de energia e ela, a empresa, se compromete a te fornecer a energia sob determinado padrão de qualidade. Em havendo um corte indevido a empresa irá te pagar uma multa (indenização), arbitrada por um juiz, em razão do descumprimento daquele contrato social. Isso todos chamamos erroneamente de dano moral.

Disse erroneamente pois penso que Dano Moral é outra coisa. Este, nesta minha teoria, é algo que fere de morte o teu sorriso, que fere teus sentimentos, que fere mesmo a tua moral, e isso não se repara. Se você já foi ofendido moralmente, se a sua hombridade ou honradez de caráter foi machucada, ou arranhada que seja, então muito bem sabe do que eu falo. Outro dia me senti assim, e pior, sendo tomado de surpresa, de um modo que nada se pode fazer, ou se há o que fazer, naquele momento eu preferi não fazer nada, preferi que o tempo o fizesse.

O que tem a ver tudo o que eu disse com humor? É meu caro, ocorre que quando se é vítima de fatos desta natureza, você, no período em que rumina aquele acontecido, certamente vai sofrer com seus sentimentos, vai até por alguns momentos sentir-se corroer por dentro, tamanha a sua impotência perante fatos tão gravosos ao seu bem-viver. Isso por sí só tira-lhe o sorriso do rosto, não resta dúvidas.

Apesar de passados alguns dias do ocorrido que abalou-me moralmente, esta semana, recebi a visita de uns pensamentos que me lembraram do episódio, e com eles outras novidades, nada boas. O certo é que isso me levou ao chão, tamanha a potência ao chegar em minha mente, o que tornou o meu dia como um daqueles dignos de serem esquecidos.

Procurei ler bastante sobre o assunto, constatei que, segundo os estudiosos, o que eu deveria fazer era procurar médico, ou psicologo, para que, mediante tratamento específico, eu pudesse esquecer o que me acometera, ou, segundo um outro estudioso, apenas atividades físicas, em uma boa dose, poderiam ser suficientes. E como foram! E alguns outros, recomendavam que a pessoa escrevesse, em cartas ou emails. Bingo! Pensei, vou escrever no Blog, ótimo remédio, e eis-me aqui enchendo o ouvido de vocês de asneiras!

Viver é algo fantástico, esplendoroso! Vive-se bem hoje, amanhã vive-se melhor, depois de amanhã você sente-se derrotado, mas na semana seguinte vive-se como se fosse o ser mais abençoado do planeta. E é mais ou menos assim que nossas vidas se desenrolam mesmo.

Para combater a chatiação que me acometera, procurei ocupar minha mente com tudo o que costumo fazer, sem muitas invenções. Trabalhei pela manhã, fiz uma audiência somente. Tratava-se de uma Justificação Prévia de um pedido de afastamento de lar. Explico também. Justificação prévia é quando o Juiz pretende ter melhor convencimento sobre um processo, ele precisa de mais embasamento em um processo, mais ainda do que aquilo que o Advogado juntou no início do processo, como por exemplo, neste meu caso de hoje, a Juíza queria ouvir testemunhas, pois eu pedia que ela determinasse que um cidadão fosse afastado do lar pelo fato de ele estar ameaçando com uma faca a sua esposa, no caso a minha cliente. Eu juntei no processo várias ocorrências policiais, mas como BO é a coisa mais fácil pra se fazer hoje, ela queria testemunhas, para, somente após ouví-las, decidir pelo afastamento do Rapaz.

Pois fiz a audiência, a juiza ficou com medo de decidir, até entendi o lado dela, mesmo eu municiado com as testemunhas necessárias, ela ficou com medo de decidir. Toda tomada de decisão é difícil, e talvez por isso que ela não decidiu hoje. Até devo fazer a correção necessária do meu pensamento, ela não ficou com medo, ela foi cautelosa, apenas cautelosa. E em verdade nossa vida também funciona desta forma, devemos ter muita cautela ao tomarmos qualquer decisão, seja ela qual for.

Voltando aos meus a fazeres de hoje, continuei em minha atividades de 'Advogado Operário', consegui até vir em casa ao meio dia para eu almoçar. À tarde, de volta ao escritório, consegui também, em meio à pesquisa sobre aquilo que me acometera, desenvolver minhas atividades laborais a contento. Parte desta tarde ocupei-me fazendo algumas petições para uma amiga. É que ela está impedida de Advogar face a atividade que vem desenvolvendo, e como restaram alguns processos dela para dar encaminhamento, fiquei com esta incubência, o que fiz com o mesmo prazer que faço os processos dos meus clientes. Resolvi tudo.

Finalizados os trabalhos resolvi seguir os aconselhamentos dos especialistas, voltei cedo pra casa, às 18h30min já estava de volta. Depois de um banho, aquela caminhada à beira da orla, que em nossa cidade chamamos de Litorânea, não sei por quê. Em outras cidades não se chama assim, chamam de Orla, Beira Mar, mas Litorânea, nunca ví.

Foram mais de 2 horas de caminhada, olhei algumas pessoas amigas conhecidas, como já de costume, outras de umas galerinhas estranhas, embora quem me olhe possa até dizer também que me achou estranho.

Duas coisas foram bem legais na caminhada de hoje, uma que encontrei uma amiga, que me disse que laranja, a cor da camisa que eu usava, me caia muito bem, e embora o elogio tenha vindo de uma amiga, ela não é suspeita, pois é do tipo que não tem compromisso em agradar a ninguém, nem os amigos. A outra foi que recebi uma ligação, quando já na metade da caminhada, de uma outra amiga, e fiz todo o resto da caminhada ao telefone com esta doce criatura, que me contou inúmeros causos, a qual ouviu também atentamente meus reclames pelo dia de hoje. Conversa agradável do tipo que me fez até esquecer que eu caminhava. Combinamos de tomar uns negócios qualquer dia desses ai, e essa saída tenho certeza que vai dar umas histórias bem legais.

Ao final da caminhada, já no elevador, pensava. - Meu Deus, nos deparamos com situações que deixamos tomar uma força tal que acabamos comm um dia de nossas vidas, perdemos um dia inteiro com problemas tão irrelevantes, enquanto pessoas sofem de enfermidades incuráveis, de corpo e de alma. Vivenciei outro dia uma história que quase me fez cair literalmente da cadeira, um cidadão se matou, isso mesmo, ele cometeu suicídio por conta de um Advogado, fiquei estupefato. A postagem contando toda a história está quase pronta, já na correção ortográfica, em breve publicarei aqui pra vocês. Pois então imaginem a dor desta família. A dor, dor emocional, dor na alma, que este cidadão sentiu para ter tomado decisão tão extremada. Tomada de decisão que a Juíza de hoje ficou com medo de tomar, ou foi cautelosa e não tomou.

Pensei tembém, ainda no elevador, da dor de um pai que conheci dia desses em meu escritório, quando teve o filho preso por erro e irresponsabilidade de um outro Advogado que apenas estava 'comendo' o dinheiro da família e não fez nada no processo do rapaz. Este eu corrigi, e hoje saiu a revogação da preventiva dele.

Dores incuráveis, então, temos esse consolo, há pessoas sofrendo bem mais que nós. Mas atenção, muita atenção, não por isso que devemos nos acomodar, não pense que por conhecer alguém que sofra mais que você, em seu vil entendimento, que irá então se acomodar, se enconstar em sua zona de conforto, penso não ser a melhor escolha. Vamos, mexa-se! Cure seus pensamentos, vamos à tomada de decisões sem medo, mas com cautela. Não instigue o suicídio de sua alma. Liberte-se da prisão. Caminhe mais. Escreva mais e melhor. Sorria com amigos(as). Elogie e seja elogiado. Afaste do seu lar tudo que ameaça a sua paz. Seja claro, explique-se. E acima de tudo, não ofenda ninguém. Assim, serás feliz. Eu garanto!

Termino este dia como não começei, com minha alma já transbordando de felicidades!

Viu como é fácil !!!

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