Eu juro que me esforço, mas não consigo. Tento cumprir uma agenda de postagens aqui no Blog mas minhas ocupações diárias com a campanha me impedem de manter alguma regularidade. Para que você tenha uma noção estou elaborando este texto aqui do Hotel em Viana (Pousada Rebeca) já à 22h32min deste Domingo, já muito cansado, aqui no quarto, sozinho, acompanhado apenas do meu radinho, ouvindo Radio Clube do Pará.
O dia hoje foi bem cansativo, como já de costume. Acordei por volta das seis da manhã, mas em São Luís, preparei-me para pegar a estrada, mas sem muita pressa, até mesmo por que o cansaço me tomava todas as forças. Mas às nove já saia da Capital em direção à Princesa do Lagos, a nossa queridíssima cidade de Viana. No caminho apenas uma parada para um café e uma outra para atender um telefonema importante, é que a equipe de meu Deputado Estadual me ligava para pedir um apoio e algumas orientações sobre onde deveriam colocar umas placas de propaganda. Tudo resolvido, pé na estrada novamente. Cheguei por volta das 11h30min em Viana.
Após a minha chegada, encontrei com meus amigos(as)/colaboradores aqui de Viana, e fomos direto para Matinha, é, a nossa campanha hoje se resumiria àquela cidade. Mas primeiro fomos almoçar na casa de um amigo, e ali fomo recebido de forma muito carinhosa, como sempre tem acontecido em nossas caminhadas. Bom, depois de devidamente alimentados, e muito bem alimentados, começamos a caminhada, meio que ainda com preguiça face à farta comida que nos foi servida, e à sobremesa bem levezinha (#sqn), uma saborosa abacatada.
Dalí da sede do município fomos direto para a casa dos genitores da amiga que nos acompanhava, no Povoado Santa Vitória. Água gelada, cafezinho, um tempo para uma historinha, e acabamos nos demorando um pouco mais do que o programado. Mas vale até contar uma história que ouvi ali naquela rápida conversa. Trata-se do caso de um rapaz que, após envolver-se e consumir muita droga, acabou sendo assassinado, para o alívio de sua mãe.
Digo isso pois este rapaz, desde que começou seu envolvimento com as drogas, transformou a vida de sua família, especialmente de sua mãe, em um verdadeiro inferno. Nos últimos dias de vida, ao chegar em casa, olhou uma panela no fogo com uma galinha que terminava de cozinhar, e logo passaram a travar um diálogo, que tento descrever aqui.
- Onde tú roubou essa galinha, porra!!!
- Eu ganhei meu filho.
- Ganhou nada! Ganhou caralho nenhum, tu fez foi roubar porra!!!
E então o rapaz, completamente drogado pegou a panela com a comida e saiu aos gritos e xingando ainda a sua mãe com todos que você puder imaginar. Horas depois chegou a notícia para a mãe dando conta de que o rapaz havia sido visto com uma turma de malucos que puseram farinha na panela e fizeram um mexido com a galinha e ali mesmo detonaram a danada.
Três dias depois a mãe estava muito mal, com mal pressentimento, chegando até a confessar para uma pessoa próxima de que estava achando que algo de muito ruim aconteceria para seu filho naquele dia, no que não demorando muito entrava em sua casa uma amiga, que aos gritos informava que seu filho drogado tinha acabado de ser assassinado.
Naquele momento a mãe apenas respondeu. - É, pelo menos hoje eu almoço!
E assim, se findava a minha visita naquele povoado, com a lição mais do que passada, até mesmo por que essa realidade de um povoado lá de Matinha é a mesma que costumeiramente percebemos também em nossa Capital.
Pois então dali fomos visitar uma outra eleitora minha no Povoado Belas Águas, essa é outra sofredora, sendo que a mesma foi vítima de violência/truculência policial, pois estes à procura de um rapaz que matou um idoso em S. V. Ferrer, acabaram confundindo o filho dessa minha eleitora com o verdadeiro assassino, chegando a invadir sua residência e agredir covardemente o jovem. Vale registrar que o verdadeiro assassino responde pela alcunha de "Bucetinha". Bom, mas ali a visita foi bem rápida, era apenas para saber como andavam as coisas, parecia que estava tudo bem.
Dali fomo para outro lado, o destino agora era o Povoado São Francisco. Fomos ali recebido por uma família muito gentil, e sentimos também um grande apoio e felicidade com a nossa campanha.
Mais um quilometro à frente e chegamos ao Povoado João Luís, ainda no município de Matinha, onde tenho alguns clientes/amigos/eleitores. Uma pausa mais demorada, a uma para reabastecer o corpo, com água gelada e refrigerantes, e a alma, com uma paisagem de cair o queixo. Veja essas lindas fotos.
Reabastecidos, corpo e alma, seguimos para o Povoado Cacoal. Neste há uma peculiar coincidência, trata-se de uma terra quilombola, para a qual eu já Advoguei, ainda advogo na verdade. Este Povoado é retratado inclusive em filme (documentário) sobre o qual eu já fiz diversas postagens aqui neste Blog também, senão veja
aqui,
aqui e
aqui.
No Cacoal fomos recebido por Sandra e Carneiro, pessoas de um carinho enorme, especialmente para conosco, sempre quando nos fazemos presentes. Já até confirmamos um retorno àquele povoado, e será no próximo dia 12, onde haverá o encerramento do festejo com apresentação de tambor de crioula, e claro, uma cachacinha, até por quê ninguém é de ferro.
De lá, já passando das oito da noite de um domingo, e desde a manhã na estrada voltamos para a sede de Viana. Ops! Detalhe, antes que eu esqueça, Cacoal fica já no município de Viana e não mais no município de Matinha, tá!
Pois então, vontando para a sede, ainda fizemos várias visitas antes de irmos para casa, no caso, para o hotel, muito cansado, mas realizado por ter visitado pessoas tão maravilhosas, ter conhecido algumas outras, e por ter revisitado amigos já de longas datas.
E assim, fechamos o nosso domingo, já capotando de tão cansado, mas completamente realizado e com a verdadeira sensação de dever cumprido.
Boa noite!!!
