domingo, 2 de junho de 2013

LINDOMAR CASTILHO E A ADVOCACIA

Depois de pouco mais de 4 anos de Advocacia, devo reconhecer que Advogar é uma arte que se constrói mesmo é com o tempo, e com muito tempo...

Certo dia, estava em meu escritório, quando ainda estabelecido no Edifício Mendes Frota, e a minha vizinha da frente era uma Psicóloga, a Dra. Amparo, e percebi que no corredor estava um casal meio aflito, sendo que lhe ofertei ajuda, e o cidadão, que eu já conhecia de algum lugar sem me recordar de onde, prontamente aceitou a ajuda, e pediu apenas um copo de água para a sua esposa, pois a mesma estava em crise, parece que a moça sofria com algum problema que se fazia necessário o acompanhamento por psicólogo, então pedi que entrassem e que se abancassem.

O problema é que o consultório da Dra. ainda não estava aberto, e eles iriam passar alguns minutos ali a espera do horário do atendimento, então minha ajuda foi providencial para que a Sra. aguardasse mais tranquilamente a abertura o consultório onde seria atendida.

Então continuei ali meu trabalho, mas sob o olhar atendo do Cidadão, que também estava atento a todos os movimentos da sua esposa, sem deixá-la sequer chegar próximo da janela, estávamos no 7º. andar, e uma queda dali seria fatal, momento que percebi que o caso dela era realmente grave, mas espero que ela tenha se curado.

Passados alguns minutos, o cidadão, já mais tranquilo, começou ele a me interrogar, quando identificou-se como Advogado Fulano de Tal, então passei a dar mais atenção à conversa, não por ser Advogado, mas por que sempre que posso tento conversar com os mais experientes, a fim de extrair algo que possa auxiliar no desenvolvimento do meu trabalho. De certo que de toda a conversa, pude extrair apenas um coisinha, e até hoje lembro das palavras daquele nobre colega, que me disse que os frutos da Advocacia serão colhidos de médio, se tiver sorte, a longo prazo.

Bem, e por que conto-lhes essa história? Acontece que vejo agora um vídeo de 1984 quando o Tribunal do Juri Popular condenou Lindomar Castilho a 12 anos de prisão pela morte de Eliana de Grammont, onde na oportunidade o Advogado assistente da acusação era ninguém menos que Márcio Thomaz Bastos, bem mais novo deste que conhecemos hoje, mas ao que parece já bastante experiente, que o diga seus cabelos brancos.. e naquela oportunidade ele dizia que "Nesse fim de século XX já não se pode mais matar impunimente, já não se pode mais adjudicar-se o direito de matar, e depois vir cobrir esse crime com a capa surrada do homicídio passional, ou da violenta emoção, ou do relevante valor moral, eu acho que a lição do juri foi essa... quem mata como o Lindomar matou, deve ter a pena que o Lindomar teve".

Prova de que a estrada que nos espera é longa, bem longa...

Veja aqui o vídeo que me levou a escrever esta postagem.


Pois fico então me perguntando qual o tamanho do caminho percorrido por ele, Marcio Thomaz Bastos, para que chegasse até os dias de hoje, quando especula-se que tenha cobrado R$ 15 Milhões de Reais pela defesa de Carlinhos Cachoeira... Realmente deve ter sido uma longa estrada.

Pois então convido os colegas Advogados a pensarem comigo, quantos quilômetros terá a nossa estrada?

Bom domingo todos!!!

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