domingo, 4 de agosto de 2013

12 fugitivos, e não foi por falta de aviso

Olha que este blog em uma curta postagem já expunha àquela época a condição em que se encontrava a Delegacia Regional de Viana, senão relembre clicando aqui. Lembro-me que naquela postagem não foi necessário uma palavra sequer, pois a imagem mostrada falava por si.

Agora eu vos pergunto, quem em sã consciência, e estando preso em uma Delegacia de condições horripilantes, não iria pensar em fugir. Só o fato de ter a sua liberdade tolhida é motivo justo para que o cidadão passe as 24 horas do seu dia pensando em uma forma rápida de se buscar a sua liberdade, e as condições da Delegacia, logicamente, passam a ser mais um incentivo a esse intento, mais um motivo para que logo se busque a sua liberdade.

Como diz costumeiramente o brilhante Juiz Roberto de Paula, e olha que não é comum eu estar elogiando Magistrado aqui neste Blog, Julgador que por longos anos esteve à frente de uma das Varas da Comarca de Bacabal, e que agora está à frente da Vara de Execuções Penais, o cidadão, no momento que é condenado a uma pena privativa de liberdade, ele foi condenado a perder unicamente o seu direito a liberdade, restando intactos todos os demais direitos de um cidadão, como direito a saúde, convívio familiar, imagem, moral, honra, dignidade, integridade física, educação, trabalho, entre outros tantos que se encontram arrolados em nossa Carta Magna, e que se eu fosse citar, passaria boa parte da tarde.

O certo é que o cidadão, no momento em que se vê diante da fatalidade que é uma sentença privativa de liberdade, ele na verdade é condenado a uma pena privativa de todos os seus direitos de cidadão, o que não deve se admitir em um Estado Democrático como o vigente em nosso País.

Governantes fingem não ver, sociedade acha tudo lindo, e assim, vão os apenados sendo vítimas de um verdadeiro holocausto que já se estende por anos e anos em nossas prisões de forma indistinta, sejam elas masculinas, femininas, casas de custódias ou penitenciárias.

E para completar, sou acordado do meu cochilo da tarde de domingo por um telefonema, onde meu interlocutor me diz "..dr. Fábio, é que o povo aqui de Viana tá na rua armado com facas e facões procurando os fugitivos da delegacia..", sendo que naquele momento me veio até uma pergunta à mente... e o que eu posso fazer nesse momento? Ainda mais eu aqui deitado em minha cama e acometido por mais uma das minha fortes crises respiratórias? O que eu posso fazer se a população não deixa essa mania de querer resolver tudo por sua conta e risco.

O que sei é que um dos fugitivos, o tal Skol, é homicida, e salvo engano, ele foi um dos autores de um latrocínio ocorrido há cerca de 60 dias em São Luís, na rua Paulo Frontim, onde tirou a vida de um comerciante, dono de oficina, tudo por conta de um cordão, isso mesmo, um mísero cordão de ouro.

A verdade é que a população não deve em momento algum se envolver com questões unicamente de segurança pública, a uma por que não tem preparo para tais ações, a outra, por que legalmente não possui qualquer respaldo para seus atos, e portanto, se em uma destas tentativas de captura, vir a ferir ou tentar contra a vida de um dos fugitivos, será certamente submetido aos rigores da Lei, e ai meus filhinhos, não tem carreira, é o princípio da reafirmação da norma, em outras palavra, meu filhinho ou minha filhinha vai para o mesmo lugar de ondes eles fugiram, e vai sentir nessa sua pele o que é ser um condenado a uma pena "privativa de liberdade".

Agora deixa eu me ir... bom domingo a todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário