segunda-feira, 20 de abril de 2015

Bicicletas nas Guerras

As bicicletas são utilizadas nas guerras desde o final do século 19. Os exércitos das nações europeias e dos Estados Unidos as adotaram como uma alternativa viável e econômica no deslocamento dos soldados de infantaria. Um novo modelo de bicicleta criado pelo engenheiro britânico Henery J. Lawson, em 1876, com duas rodas do mesmo tamanho e tração traseira, substituiu rapidamente as primitivas bikes do tipo “Shake Bones”, com tração na gigantesca roda dianteira. O invento de Lawson, aos poucos, foi ganhando importância nas fileiras dos exércitos e até mesmo substituindo os cavalos em algumas missões.

O pau quebrando e a Bianchi (famosa marca italiana) tá no meio
Assim, antes da virada do século 19, o exército da França e dos Estados Unidos já dispunham – ainda que em caráter experimental – de unidades formadas por soldados ciclistas e, em 1880 os britânicos contavam com várias unidades de ciclistas voluntários. Na Suíça, o regimento “Velocorps” foi criado em 1905 e virou referência mundial quando o assunto é bicicleta militar.

A primeira notícia que se tem da utilização da bicicleta como veículo militar foi durante a guerra de independência da África do Sul, em 1896, na época uma colônia britânica.

MIL E UMA UTILIDADES

Bastante eficiente nos deslocamento em curtas e médias distâncias, a bicicleta se mostrou adequada em algumas tarefas, como patrulhamento e reconhecimento, e no transporte de mensageiros com a vantagem de não sobrecarregar os serviços de logística, pois bicicleta não bebe água, não se alimenta, não fica doente, não consome combustível e tem baixíssima manutenção. De bike, um soldado pode cobrir num dia mais de 120 km, o triplo de um soldado a pé. Para os paraquedistas, a bicicleta é um meio versátil de transporte que se encaixa na lacuna entre o soldado de infantaria e outros meios de transportes motorizados mais pesados. A bike, que não precisa de apoio logístico adicional, pode ser facilmente armazenada num cantinho de um caminhão, jipe ou helicóptero, além de permitir ser aerotransportada e lançada diretamente no local de combate.

Com todas essas qualidades, não é em vão que as bicicletas estiveram presentes em praticamente todos os conflitos importantes da história desde quando foi inventada. Elas foram à luta na I e na II Guerra Mundial, na Guerra da Coréia, na revolução chinesa, na Guerra do Vietnã e ainda são vistas no front do Iraque, no Sri Lanka e no Afeganistão. Nas grandes cidades, muitas forças policiais utilizam a bicicleta como uma poderosa ferramenta de patrulhamento.

BUFALO SOLDIERS

Em 1896, o tenente James A. Boss liderou um grupo formado por 20 soldados, um médico e um repórter que pedalou do Forte Missoula, no estado de Montana, até Saint Louis, no Missouri, por trilhas que seguiam basicamente paralelas aos trilhos da ferrovia Northern Pacific. A jornada de 41 dias e 3 mil quilômetros cruzou cinco estados e serviu como um teste para avaliar a viabilidade do uso militar da bicicleta no exército americano. Os soldados liderados por tenente Boss eram negros e ficaram conhecidos como “Bufalo Soldiers” da 25º Batalhão de Infantaria Ciclística. O feito ganhou as páginas dos jornais de Missoula e dos Estados Unidos e, conta-se, sua chegada em Saint Louis foi saudada por um público de 10 mil pessoas. Um ano após a viagem, os Bufalo Soldiers provaram seu valor como guerreiros e asseguraram vitórias importantes na guerra contra os espanhóis.

FOTOS

Marcou presença na Guerra do Vietnã

Deslocamento da tropa com o uso da "magrela"

Tropas da ONU em tempos atuais também fazem uso das bicicletas

Bicicleta militar alemã Rabeneick

Soldados Italianos na 2ª. Guerra Mundial

Tropa Alemã


Tropa Francesa no Afeganistão


Bikemagazine por Marcos Adami

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