sábado, 4 de maio de 2013

Mostrando força

Nada menos que sete coronéis da Polícia Militar foram, ontem, prestar solidariedade ao deputado Raimundo Cutrim, em seu gabinete, na Assembleia Legislativa. E isso acontece quando o alcance de 11 assinaturas de deputados da CPI da Agiotagem, faltando apenas três para que se concretize definitivamente, deixava em polvorosa as lideranças do governo. Com a solidariedade explícita da caserna e assinaturas de parlamentares ligados ao governo na CPI por meio da qual pretende provar sua inocência, Cutrim deu uma inesperada demonstração de força e assutou os que achavam que a CPI era coisa pra inglês ver.
 
O que se discutia ontem nos bastidores da Assembleia é se o peso do governo ou o próprio corporativismo do Legislativo serão mais ou menos importantes para evitar a instalação da CPI. A agiotagem, como se configura no Maranhão, parece ser um crime coletivo, que envolve boa parte da classe política. Como já dissemos a CPI é uma bomba suja, capaz de manchar muito colarinho branco antes mesmo de explodir. E em meio a tão brutal jogo de interesses, sempre haverá quem queira ver o circo pegar fogo para queimar os desafetos.
 
As 11 assinaturas na CPI dizem isto e a visita dos coronéis respalda a fé dos que não acreditam que o ex-homem de outo da polícia do Maranhão tenha alguma coisa a ver com a morte do jornalista Décio Sá, com o crime de agiotagem no Maranhão e até mesmo com as acusações de grilagem que foram feitas ao parlamentar. Cutrim é um policial experiente e como tal usa as armas de que dispõe no Poder Legislativo para criar sérios embaraços ao governo que, segundo ele, o persegue. Sua movimentaçãona pretendida CPI e na Comissão de Ética da Assembléia Legislativa pode arrancar muita sujeira de debaixo dos mais bem lavados tapetes do Maranhão.
 
Fonte: Jornal Pequeno. Edição de 03 de maio de 2013. Pág. 02.

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